Saturday, February 2, 2013

HCA 2005 - Novos Contos II







Uma viagem às Ilhas Fyn*



- Finalmente estou de férias! – pensou Sofia, com uma enorme alegria.



Dentro em breve, iria fazer uma viagem de sonho a bordo do “Queen Mary II”, num cruzeiro às Ilhas Fyn, na Dinamarca. Era um presente dos pais por ter tido boas notas nos exames finais. Prometera à mãe que faria um relato de toda a viagem. A mãe até lhe ofereceu um diário.

De certeza que iria ter muitas saudades dos pais. No entanto, a excitação não a deixava ficar triste.

O barco já estava no cais. Era enorme, parecia o “Titanic”! Sofia despediu-se dos pais e uma lágrima teimosa deslizou pela sua face. Tinha 17 anos, raramente se afastara deles. Não estava a ser fácil!

- Até breve querida, porta-te bem! – acenou-lhe a mãe, do cais.

Ao voltar-se, Sofia, viu um grupo de jovens da sua idade. Estavam muito animados, cantavam e riam. Quem lhe dera fazer parte daquele grupo! Era horrível estar sozinha! – pensou. Sentiu vontade de se aproximar deles e perguntar: 

- “Posso conhecer-vos”? Mas, faltou-lhe coragem para o fazer.

Parecendo adivinhar os seus pensamentos, um dos jovens começou a falar com ela:

- Olá, chamo-me Pedro, e tu como te chamas?

- Chamo-me Sofia - respondeu, com um grande sorriso. Já se sentia menos só!
Pedro apresentou-lhe o resto do grupo: a Marta, o João, a Catarina, o Tiago e a Joana. Pareciam todos muito simpáticos, e divertidos!

Pedro explicou-lhe então que estavam a fazer uma viagem de fim de curso. Tinham terminado o 12º ano, com excelentes notas e os pais tinham-nos premiado com aquela fabulosa viagem.

Sofia pediu ajuda aos seus novos amigos para encontrar o seu camarote. Tinha o número 304. Não sabia para que lado se havia de dirigir.

- O meu é precisamente ao lado do teu, disse-lhe Pedro, é o 303. Vem comigo!

Engraçado! Acabava de os conhecer e, no entanto, parecia que já se conheciam há muito, muito tempo!!

Todos os dias, Sofia ia anotando no seu diário pormenores da sua viagem.

Quando chegaram à Dinamarca, as ilhas Fyn eram lindíssimas! A água do mar era muito límpida, parecia um espelho, de tal forma que, de vez em quando, aparecia um peixe. E viam-se as estrelas do mar reflectidas nas noites de luar.

Uma tarde, estavam todos a conversar, quando de repente a Catarina, os chamou muito aflita:

- Ei! Ei! enham cá depressa! Corram, rápido!!

Precipitaram-se todos em direcção à Catarina. Nem acreditaram no que viram! Parecia mesmo um sonho! Um grupo de golfinhos, em pleno mar do Norte, já fora do seu habitat, o oceano Atlântico, davam saltos e emitiam sons de contentamento. Pareciam muito felizes por comunicar com pessoas e eram imensamente brincalhões!

- São lindos! - exclamou Pedro.

- Nem acredito! suspirou Sofia. Nunca pensei que algum dia teria a oportunidade de ver golfinhos a brincar livremente, no mar! 

Era simplesmente maravilhoso! Depois, os golfinhos lá se afastaram, nadando em direcção ao habitat natural.

Os dias foram passando, depressa de mais, na opinião de Sofia. E sábado chegou! O último dia do cruzeiro!

Sofia sentia saudades dos pais, é verdade! Assim, estava ansiosa por voltar a abraçá-los. Mas, por outro lado, sentia-se muito triste, porque iria deixar os seus novos amigos tão divertidos e com quem tinha partilhado momentos únicos.



Iria sentir saudades, sobretudo de um deles... Pedro! Era um amigo especial! Junto dele sentia-se tão feliz! Nesse dia, notou que também Pedro estava mais calado do que o habitual, parecia até um pouco tristonho.


Pedro, adivinhando o seu olhar, chamou-a:

- Sofia, anda cá! Tenho uma surpresa para ti! Espero que gostes!

Retirou do bolso um pequeno embrulho e deu-lho. - O que seria?! - pensou Sofia com curiosidade. Sentia o coração aos pulos, as mãos a tremer, e desembrulhou rapidamente a prenda. Dentro de uma caixinha estava um lindo colar feito com conchas do mar que Pedro comprara, numa das saídas do barco, sem que ela tivesse reparado.

- Oh! Pedro! Tão lindo! - exclamou Sofia, emocionada.

- Gostas?! É para ti, para que nunca te esqueças de mim e dos momentos que passámos juntos.

Sofia olhou-o nos olhos, e abraçou-o feliz!

No diário que a mãe leria, Sofia não anotaria este momento delicioso! Entendem, não é?!


Ana Catarina Crespo | Joana Pereira
António Archer | Pedro Reis

Turmas E e G | 6º Ano

Proibida a reprodução de textos dos alunos.


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